Entrevista: KHROPHUS – Death Metal – São José/SC

Entrevista: Aline Pavan

Fotos: Banda/divulgação
Respostas: Carlos Fernandes

Quando falamos em bandas clássicas de Metal Extremo do Brasil, uma das primeiras que nos vem a cabeça, com toda a certeza, é a catarinense KHROPHUS, com mais de 20 anos de carreira, uma discografia invejável e inúmeras turnês na Europa, a banda anunciou no início de 2017 sua nova formação. Hoje batemos um papo com o baterista Carlos Fernandes para saber um pouco mais sobre esse e outros acontecimentos da banda. Confira:

TMW: Antes de mais nada, conte-nos um pouco sobre o novo integrante da banda. A escolha foi difícil?
Khrophus: Conhecemos Hugo de longa data, desde 2010 ano que ele produziu o show do Khrophus em Timóteo/MG. E mantivemos contato desde então, a escolha dele na verdade foi por acaso, ele viu o ‘post’ no Facebook que fizemos a procura de um frontman, então ele nos escreveu dizendo: “a vaga é minha, to indo para Floripa”, aí respondemos na hora: “venha porra, bora fazer barulho então” mais ou menos por aí se deu a conversa (risos).

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Hugo  – Novo Frontman.

TMW: Conte também um pouco da história do KHROPHUS. Como foi a caminhada até o momento?
Khrophus: O Khrophus teve início em 93 em São José/SC, da formação original restou apenas Adriano Ribeiro que também é um dos fundadores da banda, a banda tem percorrido um caminho bem árduo dentro do Underground nacional/internacional, mesmo após todos esses anos de luta e honra ao Death Metal continuamos com a garra de décadas atrás, correndo atrás e buscando sempre fazer o melhor possível dentro e fora dos palcos, não vivemos da banda e sim vivemos para ela e por ela daremos sempre o melhor para honrar nosso estado/país onde estivermos!

TMW: A banda faz um dos mais violentos Death Metal que já ouvi. O objetivo foi sempre soar assim, ou essa brutalidade aconteceu naturalmente?
Khrophus: Acredito que desde de seu início devido as principais influências do Adriano (Sarcófago, Morbid Angel, Megadeth) o som do Khrophus já estava fadado a isso, essa complexidade e brutalidade ímpar, sem soar genérico em momento algum, temos muito orgulho de fazer um som extremo e único, que é referência dentro do Death Metal, e tudo isso feito naturalmente sem pensar em soar técnico ou rápido e brutal, apenas flui naturalmente saca? (risos).

TMW: Vocês lançaram o excepcional “Eyes of Madness”. O que podem falar sobre o álbum?
Khrophus: O “Eyes of Madness”, é sem dúvida alguma, nosso melhor e mais maduro álbum, ele traz toda as experiências vividas como banda e como indivíduo, ele soa simples e direto ao ponto se comparado aos seus antecessores, “Pressages” e “God From The Dead Images”, buscamos por isso nesse álbum e acreditamos que ele seja o futuro também pois é esse formato de som que a banda fará daqui para frente, queremos soar diretos e simples nas nossas composições sem, no entanto, perder nossas características principais, o peso e a velocidade.

TMW: Como tem sido a repercussão do trabalho? E quanto a divulgação, vocês acham que chegaram onde queriam?
Khrophus: Estamos fazendo nosso melhor em termos de divulgação, usando plataformas para isso e buscando nos atualizar junto ao mercado, contamos com a ótima parceria da Sangue Frio Produções na parte de assessoria de imprensa e do selo Brutal Records (Brasil) e Grinder Cirugiano (América Latina, América Central, Ásia) porém nunca chegamos onde se quer em termos de divulgação mas estamos satisfeitos até onde já chegamos e o retorno tem sido bem satisfatório.

TMW: Existem planos para algum novo clipe, ou turnê para 2017?
Khrophus: Temos muitos planos para 2017, mas tudo indica que 2018 será mais intenso para o Khrophus, faremos material novo nesse ano para rodar com ele em 2018, isso envolve CD novo, videoclipe, turnês e o que for possível.

TMW: Fora do Brasil, vocês se sentiram mais valorizados? Por quê?
Khrophus: Acredito que qualquer banda em turnê já tenha o respeito e admiração de todos tanto dentro quanto fora do país, mas fazer jus a isso e continuar mesmo após saber das dificuldades que é estar fora do país é o que lhe diferencia dentro do mercado, mas respeito nós temos onde quer que passemos, afinal quando se chega com a verdade naquilo que se faz tudo se torna melhor e mais fácil.

TMW: Hoje o Brasil vive uma fase excelente no Death Metal. Concordam? A que vocês acham que se deve esse resgate?
Khrophus: Não chamaria de resgate, afinal sempre vivi o Death Metal e ele nunca saiu de mim, o rock em si é atemporal e para mim nunca foi moda, cara olha o peso do “Sin After Sin” do Judas Priest e me diga. Sobre a atual fase do Death Metal nacional, acredito que é só o resultado e o colher dos frutos que essas bandas plantaram, se vemos o Krisiun, Toture Squad, Nervochaos, Lacerated and Carbonized “picando” os países por ai, isso não se deu de agora e sim de anos de luta e roubadas que as bandas passaram e superaram, acho lindo o Brasil ser tão bem representado fora do país.

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TMW: A cena underground brasileira tem apresentado bandas fantásticas. O que fazer para que isso não fique saturado? Como se destacar nesse cenário tão rico atualmente?
Khrophus: Cara se entregue ao que você está fazendo, leve sua verdade e dedique-se muito o que se dispuser a fazer, não há atalhos para o reconhecimento dentro de qualquer coisa, mercado ou cenário, o caminho tem que ser aberto a facão e muitas marcas ficarão na pele, ossos quebrados e ótimas recordações na lembrança e péssimas também, mas a soma de tudo isso fará de você ou sua banda que ela é, dinheiro pode destacar qualquer um mas o tempo dirá que ficará para a história!
Sem batalhas, sem glória entende?

TMW: Na visão de vocês, como está a cena extrema de Santa Catarina atualmente?
Khrophus: Vivemos hoje um dos melhores momentos do Undreground catarinense, várias bandas se destacando, outras se mantendo ativas e operantes:
BATTALION, SODAMNED, JUGGERNAUT, RHESTHUS, DEADPAN,
RETALIATE, SILENT EMPIRE, WARHELL só para citar algumas bandas poderosas que nosso estado possui, há muita vida fora do “eixo” em todo Brasil.

TMW: Foi noticiado em uma entrevista que vocês trabalhariam em um novo EP correto? Como anda a gravação deste trabalho? Existem mais projetos além deste para 2017?
Khrophus: Sim esse EP sairá ainda esse ano e talvez um clipe para uma música dele, estamos estudando a viabilidade de tudo e finalizar isso leva um tempo mas o faremos de certeza esse ano ainda para mostrar a cara nova da banda. Sobre planos para esse ano ainda, faremos uma turnê passando por Argentina/Paraguai/Bolívia/Colômbia e muitos shows pelo Brasil em especial a região Sul que é onde tocamos mais por ser mais viável, mas buscaremos girar mais pelo Brasil também.

TMW: Agradecemos a entrevista! Gostariam de decretar mais algumas malevolências?
Khrophus: Somos muito privilegiados por ainda existir espaço para o Underground falar mais e para que mais pessoas tenham conhecimento de bandas que estão fora das luzes do Mainstream da cena, obrigado demais por proporcionar isso o Underground agradece.

Contato para shows e assessoria: www.sanguefrioproducoes.com/contato

Sites relacionados:
https://www.facebook.com/Khrophus/

http://khrophus.com/site/

http://www.sanguefrioproducoes.com/bandas/Khrophus/30

Um comentário sobre “Entrevista: KHROPHUS – Death Metal – São José/SC

  1. Entrevista muito boa respostas com muita naturalidade e clareza!
    “o tempo dirá que ficará para a história!
    Sem batalhas, sem glória entende?” Esse é um pensamento Underground! Vida longa Khrophus

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